Núcleo da SBPH (Boletim 5)

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Núcleo da SBPH

X JORNADA GAÚCHA DE PSICOLOGIA HOSPITALAR E I ENCONTRO DO NÚCLEO SBPH-RS

O Núcleo da SBPH do Rio Grande do Sul realizou, entre os dias 20 a 22 de outubro, a X Jornada Gaúcha de Psicologia Hospitalar e I Encontro do Núcleo SBPH-RS. O evento é tradicional no calendário dos psicólogos hospitalares do estado e a SBPH sempre foi sua apoiadora. Entretanto, esse foi o primeiro ano que a Sociedade assumiu a sua execução e programou o Encontro.

A Jornada teve como tema central a “Gestão dos Cuidados em Saúde” e oportunizou que a proposição fosse discutida sobre diferentes vértices, permitindo um enriquecedor debate entre palestrantes e participantes. Agregou pesquisadores, psicólogos, médicos e acadêmicos das principais Universidades e Instituições de Saúde. Foram oferecidos três cursos pré-jornada: Atualização em Cuidados na Área da Saúde Mental, ministrado pela presidente Paula Macedo; Avaliação Neuropsicológica, ministrado pela psicóloga Luciana Schermann Azambuja; Morte e Luto no Hospital Geral, ministrado pelas psicólogas Bárbara Rech e Juliana Batista, através de uma simulação realística em UTI.

Nos três dias de evento também foram realizadas, Conferências, Mesas Redondas, Debates, Seminários e o relato Como Eu Faço. As atividades foram coordenadas por psicólogas das instituições hospitalares do RS e executadas por 35 palestrantes. Entre os palestrantes encontravam-se além de importantes pesquisadores do meio científico como o Dr. Eduardo Remor (UFRGS) e a Dra. Irani Argimon (PUCRS), também membros da atual diretoria da SBPH, como a tesoureira Angela Speroni e a ex-Presidente Sílvia Cury Ismael. Membros do Núcleo, também palestraram, bem como suas coordenadoras.

O evento contou com 225 ouvintes e reuniu 300 participantes. Realizou a exposição 70 banners selecionados entre mais de uma centena de inscritos. O êxito do evento pode ser observado a partir da motivação dos participantes, os quais ultrapassaram as barreiras do RS. O público foi composto, além de gaúchos, por integrantes vindos de SP, RJ, GO, MT.

O Núcleo SBPH-RS convidou a Psicóloga Camila Ávila, do IC-FUC, para coordenação das atividades. A Comissão Organizadora, composta por psicólogos e acadêmicos de psicologia, trabalhou ativa e exaustivamente para proporcionar a satisfação de todos os envolvidos, sendo cuidadosos aos detalhes, desde o planejamento à execução da Jornada.

O evento realizado no auditório Master da UniRitter – Laureatte International Universities, obteve o apoio do Curso de Psicologia dessa respeitosa Universidade, bem como do Instituto de Cardiologia de Porto Alegre (IC-FUC). Além de contar com importantes patrocinadores, também recebeu o incentivo do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e Conselho Regional de Psicologia do RS (CRP-RS).

Dessa forma, a X Jornada Gaúcha de Psicologia Hospitalar e I Encontro do Núcleo SBPH-RS procurou proporcionar a todos envolvidos um encontro com a ciência através de três dias de trabalho, contribuindo como uma atividade preparatória para o XI Congresso da SBPH a ser realizado em 2017, na cidade de Gramado/RS.

Lembramos a todos os participantes, que através do comprovante de participação, poderão obter desconto para se inscrever no Congresso até o final de 2016.

IMAGENS DA JORNADA
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Marisa Sanchez                                         carolina quiroga
Marisa Marantes Sanchez                               Carolina Villanova Quiroga
Coordenadora do Núcleo SBPH-RS               Vice-Coordenadora do Núcleo SBPH-RS
Psicóloga | CRP 07/03675                                 Psicóloga | CRP 07/22717

 

TRAGÉDIA DA CHAPECOENSE
RELATO DA PARTICIPAÇÃO NA EQUIPE DA FORÇA TAREFA

Na tragédia de Santa Maria, as psicólogas que acabaram fundando o Núcleo SBPH-RS, auxiliaram a Cruz Vermelha no treinamento das equipes e assistência. Atualmente, voltam a compor a força tarefa para atenção a comunidade vítima da tragédia da Chapecoense. A psicóloga Bruna Armelin, professora da FADERGS – Laureate International Universities e membro fundador do Núcleo relata sua vivência:

No dia 29 de novembro vivenciamos a tragédia aérea com a delegação do time da Chapecoense. O time de futebol destaque da região vivia a melhor fase da sua história e viajava em busca do seu primeiro título internacional.

Esse desastre significou muito para Chapecó: muitos amigos perdidos, ídolos que apresentariam a cidade ao mundo, pessoas próximas e queridas que morreram em massa. Para o mundo, eram jovens no auge da sua carreira e fama, impedidos de seguir um sonho por uma imprudência humana.

Cheguei em Chapecó dois dias depois da tragédia, cedida pela rede Laureate International Universities para auxiliar no manejo da crise que estava instalada na cidade. Momentos como esse mobilizam profissionais no intuito de prestar auxílio aos enlutados. Entretanto, situações de emergências como essa implicam manejos específicos e diferenciados do comumente oferecido pela Psicologia. Seguir um planejamento estratégico para o auxílio à prevenção do estresse pós-traumático , bem como estruturar um futuro processo de reconstrução era uma das metas.

O velório coletivo ocorreu no dia 3 de dezembro, na Arena Condá. Esse foi o momento mais delicado desde a notícia do acidente. Para uma atuação organizada foram realizadas reuniões prévias junto a equipes multiprofissionais com o objetivo de alinhar o auxílio psicossocial oferecido aos torcedores e familiares.

Desde a notícia do acidente, torcedores acampavam no estádio aguardando o momento da despedida. Durante o velório, os torcedores receberam auxílio psicológico em casos de maior vulnerabilidade emocional. Técnicas específicas para esse tipo de situação foram utilizadas. Enquanto aguardávamos a chegada dos corpos circulou a informação de que um grupo de adolescentes planejava suicídio coletivo. Buscamos, junto aos torcedores e aos líderes de torcidas organizadas, pessoas que se encontravam em situação de risco. Felizmente o boato não se confirmou.

Os torcedores lotaram o estádio mesmo com a chuva e o frio daquela manhã cinzenta. Víamos pessoas de todas as idades, emocionadas e apaixonadas pelo time que torciam.

A chegada dos 50 caixões gerou comoção entre familiares, amigos e colegas de clube, que estavam numa área privativa dentro do gramado. Respeitosamente organizados, os corpos foram alocados lado a lado. Observaram-se choros, desespero e abraços de consolo em pessoas inconsoláveis.

Encerradas as homenagens no clube, as famílias se encaminharam aos velórios privativos. Um dia de muito sofrimento, desgaste físico e emocional.

No dia seguinte, a cidade acordou vazia. Todo aquele apoio recebido dias antes já não mais existia. E o estádio marcado pelos gritos fervorosos de uma torcida orgulhosa deu espaço ao silêncio de saudade.

 

brunaarmelin
Bruna Armelin
Membro do Núcleo SBPH-RS
Psicóloga | CRP 07/19896