Mensagens de ex-presidentes
Psicóloga e Psicanalista reconhecida no Brasil, com períodos dedicados a estudos e troca de conhecimentos na França. Assim fomos percebendo esta profissional com muito dinamismo, construindo e trabalhando na e para a Psicologia Hospitalar brasileira.
Mineira, encantadora, com jeito meigo de fazer e de ouvir. Mãe e avó, muito sabia e delicada.
Agradeço a família desta querida colega e amiga por terem nos emprestado tamanho exemplo. Com seu espírito aventureiro, pode alavancar a construção de uma Sociedade Brasileira-SBPH. Uma tarefa árdua e maravilhosa ao mesmo tempo, da qual me orgulha fazer parte, desde seus primórdios. Aprendemos muito com a Marisa. Passamos “muitos tempos” juntas. Dentre estes o do correio, o do telefone fixo, o do FAX, o do celular, o do email, o do WhatsApp e por aí, mesmo a distância, muito companheirismo e respeito pelas diferenças. Nossas comunicações foram alterando sua forma e sua velocidade, mas o afeto nela envolvidos sempre de grande valor.
Muitas lembranças e sentimentos que me fizeram crescer e amadurecer, na convivência com esta colega-amiga, seguem presentes.
Ter acompanhado a gestão desta pessoa encantadora, sendo sua vice-presidente (1999-2001) foi uma experiência indescritível, que só fez crescer e reforçar um vínculo afetivo delicioso. Aprender com ela foi tranquilo e gratificador.
Querida amiga fica muita saudade e a certeza de que o seu tempo foi intenso e proveitoso. Seu exemplo, seu jeito e suas ideias permanecerão, para sempre, em muitos de nós que tivemos o privilégio de conviver com você.
Patricia Pereira Ruschel
Presidente da SBPH Gestão 2001-2003
O que poderíamos dizer de Marisa? São tantas coisas especiais e maravilhosas de uma pessoa que foi única!!!
Nesta humilde homenagem, não vou me ater ao seu curriculum que é vasto e conhecido por todos. Pretendo destacar aqui duas importantes vertentes na sua trajetória:
Uma foi o resultado de seu incansável trabalho em prol da psicologia, da psicanálise e da clínica em instituições hospitalares que ganhou visibilidade em suas publicações, em suas participações em congressos no Brasil e na França e na coordenação de cursos lato e stricto sensu entre outras coisas. Uma trajetória que não deixa dúvidas de seu investimento e dedicação ética na área.
A outra diz respeito a idealização e como sócia-fundadora da SBPH em 1997. A sociedade foi uma ideia e por que não dizer um sonho de Marisa. Sabemos da importância de um sonho, da determinação para torná-lo realidade e da força empregada para mantê-lo. Principalmente o sonho de termos uma sociedade que lutasse pelo desenvolvimento do profissional que trabalha em hospital e porque não dizer pela ausculta diferenciada do nosso foco de trabalho, o paciente.
Fomos testemunhas da luta para manter viva a SBPH, através de um trabalho ético na construção de uma sociedade sólida e respeitada no contexto da Psicologia Brasileira. Marisa pessoa de uma humildade que cativava a todos independente de quem a procurava. Profissional sempre atualizada nas questões técnicas e na evolução que se fazia necessária mediante o crescimento e a inovação institucional.
De uma alegria contagiosa, mas muito séria e cuidadosa em suas relações com o outro, inabalável em uma de suas marcas registradas: o respeito a individualidade.
Sua disciplina, ética e comprometimento, com certeza foi a marca de seu sucesso.
Marisa, obrigada por tudo que você fez, pela psicologia, pela SBPH e por este tempo que pudemos desfrutar de sua amizade e sabedoria.
Marisa muito obrigada por você ter sido… Marisa!!!
Silvia Maria Cury Ismael
Presidente da SBPH Gestão 2003-2005
O dia 14 dezembro de 2017 ficou marcado na história da Psicologia Hospitalar em virtude do falecimento da psicóloga e psicanalista Dra Marisa Decat de Moura.
Conheci Marisa numa situação de trabalho, no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, há 28 anos. Desde então, iniciamos nossa convivência de trabalho e amizade. Marisa era uma mulher valente, corajosa, inteligente, dedicada, estudiosa e exigente. Marisa era incansável e se entusiasmava com tudo que se propunha a fazer. Acolhia as demandas de trabalho, por mais complexas que fossem, transformando-as em ricas produções científicas. Dedicou-se a psicologia hospitalar, sendo uma das pioneiras no exercício da Psicanálise no hospital, tornando-se uma das idealizadoras e fundadoras da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar. Dentre seus inumeráveis feitos, publicou cinco livros sobre Psicanálise e Hospital, que se tornaram referência teórica para a formação de profissionais da área.
Sua belíssima trajetória encantou a todos que tiveram a oportunidade do convívio profissional, a honra de compartilhar de seus preciosos ensinamentos, e o privilégio de sua amizade. As segundas-feiras eram destinadas aos nossos encontros, espaço de estudo, trocas e conversas. Pautou seu exercício profissional na ética e na psicanálise, sempre colocando questões frente aos desafios, sem jamais recuar diante dos mesmos.
Marisa, deixou um grande legado e uma enorme saudade!
À ela nossa imensa gratidão! Como disse o poeta: “… minha amiga de fé, minha irmã, camarada”.
Elaine Zanolla
Presidente da SBPH Gestão 2011-2013
É com uma tristeza infinita que venho aqui prestar minha homenagem a uma querida amiga, e mais que isso, mestre! Que ensinou e ofereceu muito de si a todos nós e que certamente marcou a vida daqueles que puderam conviver com ela. Exemplo de dedicação, superação e amor por uma causa: a clínica psicanalítica no hospital.
A SBPH é resultado desta causa. Podemos pensar em dois tempos na história da Psicologia Hospitalar no Brasil: um antes e um depois de Marisa Decat.
Desde o início de seus trabalhos, tinha o objetivo de inscrever a psicanálise no registro da clínica no hospital, formalizando esta especialidade em várias publicações. Para ela, era irrelevante a distinção entre a escuta analítica no leito do hospital ou em uma clínica privada, a distinção se encontrava no desejo de analista, em uma posição subjetiva que permitia o acesso ao cuidado do outro, ao acolhimento do sofrimento psíquico, com a delicadeza de quem respeita o tempo e mantém a distância necessária no encontro com o sujeito: nem muito perto, nem muito longe.
Ela situava a sua clínica em um compromisso também com a formação, a transmissão e o cuidado de si, orientada por um rigor teórico e ético, ao mesmo tempo que usava a sua criatividade para ousar o novo, antenada às questões contemporâneas. Era incansável o seu movimento por este circuito e contagiante ao inspirar muitos profissionais e alunos ao se encantarem pela psicologia no hospital.
Sim, Psicologia Hospitalar! Embora fiel à psicanálise estava sempre disposta a promover interlocuções com o diferente, fazendo com que a SBPH fosse um terreno de diversas modalidades de intervenção psicológica e linhas teóricas, mostrando ainda ser possível e necessário o trânsito interdisciplinar. Como ela sempre dizia, é importante o psicanalista abrir mão de seu narcisismo ao oferecer-se diante de demandas muitas vezes inespecíficas neste cenário predominantemente médico.
Ficam as recordações de uma pessoa maravilhosa, generosa ao estar sempre disponível para compartilhar suas experiências, com a simplicidade e a humildade de uma gigante na área da psicanálise no hospital.
Mesmo em sua ausência, Marisa estará sempre presente com seu legado, assim como uma estrela que nunca deixa de brilhar no céu.
Valéria de Araújo Elias
Presidente da SBPH Gestão 2013-2015