SBPH – Recomendações aos Psicólogos Hospitalares frente à Pandemia do Covid-19

Recomendações aos Psicólogos Hospitalares frente à Pandemia do Covid-19 São Paulo, 21 de março de 2020 Caros colegas, A pandemia do COVID-19 exige de nós, além de seguirmos com rigor as orientações das autoridades em saúde, uma série de condições para conseguirmos cumprir com qualidade nosso dever de prestar assistência psicológica a pessoas em situação de vulnerabilidade e sofrimento psíquico, em especial aquelas cuja saúde física e mental encontram-se em risco em função da contaminação e/ou da possibilidade de contaminação do vírus, incluindo pacientes, familiares e os demais profissionais da saúde. Nós, profissionais da saúde, neste momento de pandemia, temos o dever de apoiar uns aos outros oferecendo especial atenção aos colegas que estão trabalhando diretamente com os pacientes contaminados e com seus familiares, principalmente aqueles que estão muito fragilizados psiquicamente. Para tanto, nossas recomendações partem de um princípio básico: é fundamental, para além do respaldo da formação teórica e técnica para cuidar de outras pessoas tendo garantida sua integridade e dos demais envolvidos, que, antes, o psicólogo tenha condição de cuidar de si. Destacamos que nesse momento que propicia pânico e desamparo, acalmar-se e buscar serenidade para enfrentar os riscos com segurança é algo que precisa ser feito. Pensando nisso, a SBPH vem a público tornar-se sua parceira para o enfrentamento desse momento difícil e se coloca à disposição para conversar com você, em qualquer situação que você julgue que compartilhar conosco sua experiência pode ser bom para você. Segue e-mail para contato conosco, sempre com o assunto COVID-19: secretaria@sbph.org.br Por ora, pedimos que você não deixe de observar as orientações da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde e das demais autoridades civis e que siga com atenção nossas recomendações: 1. Se a instituição que você trabalha tomou medidas de separação e isolamento de áreas/unidades de pacientes suspeitos e contaminados pelo vírus, recomenda-se: a) ao adentrar ao recinto onde se encontram os pacientes suspeitos ou contaminados com o Covid-19, você, psicólogo, deverá estar TOTALMENTE paramentado, isto é, utilizando máscara N95 (não é suficiente a máscara cirúrgica), avental descartável, luvas, óculos e gorro. O Equipamento de Proteção Individual (EPI) deve ser disponibilizado pela instituição e o treinamento para o uso do mesmo deve ser fornecido pela instituição também. Sugerimos que avalie a possibilidade de atendimento à distância, de acordo com as diretrizes técnicas, em situações nas quais a tecnologia deve ser utilizada em prol da ciência e da proteção das pessoas. Nesses casos, em consonância com as orientações do Conselho Federal de Psicologia (CFP), é necessário que seja feito o cadastro do profissional no e-psi, disponibilizado no site do CFP, sendo que não há necessidade de aguardar a aprovação para que se possa dar início aos atendimentos. b) Se não houver EPI disponível ao profissional e na impossibilidade de realizar o atendimento à distância, recomenda-se que o psicólogo não atenda o paciente contaminado e/ou suspeito. c) Os atendimentos a pacientes que não são suspeitos ou contaminados podem ocorrer normalmente, sem necessidade de utilização de EPI, evitando-se o contato físico e mantendo-se a pelo menos um metro de distância, observando normas estabelecidas pela instituição de saúde. 2. Caso a instituição não tenha separado os pacientes suspeitos ou contaminados, recomenda-se que o psicólogo utilize máscara N95 para circular neste ambiente, em todas as situações, e que verifiquem com os responsáveis as demais orientações quanto ao contágio e transmissão. 3. Lembrem-se que o apoio psicológico às equipes de saúde que estão na linha de frente atendendo os pacientes é imprescindível nesse momento de luta e apreensão. 4. As visitas e a permanência de acompanhantes de pacientes suspeitos ou contaminados não são recomendadas em função do risco de disseminação do vírus, mas é importante que o psicólogo seja protagonista na avaliação, junto à equipe, da relação de risco/benefício da presença de acompanhante em cada caso. Se a equipe optar pela presença do acompanhante, a este deve ser vedada a possibilidade de circular pelo hospital e oferecido EPI adequado durante sua permanência. 5. Mais uma vez, e nunca será demais, é fundamental lembrar da importância da correta higienização das mãos como elemento fundamental para a sua segurança e a do seu paciente. 6. Se não houver condições seguras em seu local de trabalho, não se exponha, pois o respeito à vida é a “condição número 1” neste cenário. Nós, da SBPH, estamos ao seu lado. Nosso papel é dar todo suporte teórico e emocional a quem necessita. Nos comunicaremos por meio de novas notas sempre que isso se fizer necessário. Um forte abraço, Diretoria da SBPH 2019-2021 Baixar Documento
COVID-19 – Ansiedade e “isolamento”

Eventos recentes nos mostraram (novamente) a rapidez com que uma nova doença pode se espalhar, mobilizando sentimentos de angustia, medo, insegurança e impotência. Além disso, somos diariamante bombardeados por uma explosão de informações que variam desde sérias pesquisas clínicas e epidemiológicas, passando por videos disponibilizados por especialistas nas redes sociais, até rumores, boatos e teorias da conspiração. Fato é que muito não se sabe sobre o COVID-19 e apostamos que em breve haverá novas descobertas científicas, juntamente com decisões governamentais, que nos servirão de norte para lidar melhor com a grave situação em que vivemos. Entretanto, não há como negar que, enquanto isso, a realidade nos impõe o afastamento físico de nossos familiares e amigos, o medo do “invisível”, a mudança de nossa rotina, a suspensão de nossos planos futuros e, por fim, mas não menos importante, o receio da contaminação. Assim, neste cenário ainda caotico é importante que procuremos formas de nos acalmar, até para que não coloquemos em risco à nos mesmos e aqueles que nos são caros. Assim, como poderíamos amenizar a ansiedade, afeto inerente e decorrente do que estamos passando? Algumas ações podem minimizar o efeito desse sentimento. Primeiramente, é importante encontrarmos uma fonte confiável de informações e tê-la como referência principal. A informação comunicada de maneira confiável por profissionais de saúde e especialistas, pode nos proteger dos rumores e nos ajudará a obter uma idéia clara e objetiva do que está acontecendo. Em seguida, é fundamental fazermos uma análise de risco, a partir de perguntas simples, tais como: existe alguma razão para pensar que estou em risco? Existem casos (pessoas doentes ou em suspeitas de contaminação) com as quais entrei em contato? Se sim, estou há mais de 15 dias sem sintoma (tempo de incubação do virus)? Se estou com sintomas, esses se adequam aos três principais já divulgados, a saber, febre persistente, tosse e/ou dificuldade para respirar? A partir dissso, o que se pode fazer é um simples gerenciamento de riscos, que consiste em se atentar para o que pode ser feito para se proteger como lavar as mãos constatemente, evitar multidões e ficar em casa o máximo possível, para diminuir a exposição ao virus e consequente contaminação. Outra medida importante é estabelcer uma rotina, mesmo que se esteja em casa. Se possível, separar o espaço e o tempo para se trabalhar, daqueles utilizados para descansar e se divertir. Ou seja, evite trabalhar onde se faz as refeiçoes ou assiste tv, por exemplo. Isso nos auxilia a ter a sensação de entrada e saída do trabalho, mesmo que esse esteja sendo feito em casa, para que os momentos de descanso sejam mais efetivos. Além disso, não podemos confundir o “ficar em casa” com “isolamento”. O “ficar em casa” é uma condição para podermos nos proteger e minimizar os efeitos da pandemia que nos assola. O “isolamento”, por sua vez, é uma posição. Isso significa dizer que “estar em casa” não precisa se equivaler a se isolar dos amigos e familiares e colocar a vida e relações em suspenso. Sendo assim, as redes sociais neste momento tem um papel fundamental para que possamos estar próximos, mesmo que fisicamente distantes. Evidentemente, todas essas orientações não excluem a necessidade do auxilio do psicólogo, quando o sofrimento não é minimizado com informações. Dessa forma, vários profissionais já estão disponibilizando o atendimento on-line*, como um espaço de acolhimento e reconhecimento do sofrimento, que se precipita em momentos em que nosso corpo, nossas relações e nosso lugar no mundo se encontram ameaçados e geram mal-estar. Autores: Nazaré Maria de Albuquerque Hayasida (FAPSI-UFAM), Pós doutouranda em Psicologia (PUC-RS). Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH – Gestão 2017-2019 e 2019-2021). Marcus Vinícius Rezende Fagundes Netto. Psicanalista. Doutorando pelo programa de pós-graduação do em Psicologia Clínica pela USP. Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH – Gestão 2017-2019 e 2019-2021). Referências: Chih-Cheng Lai, Tzu-Ping Shih, Wen-Chien Ko, Hung-Jen Tang & Po-Ren Hsueh (2020). Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS–CoV-2) and coronavirus disease-2019 (COVID–19): The epidemic and the challenges. International Journal of Antimicrobial Agents. Volume 55, Issue 3, March, Article 105924 Freud, Sigmund (1929). O mal-estar na civilização. In: ______.O futuro de uma ilusão, o mal estar da civilização e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, V. XXI). Leary, Robert L. (2011). Livre de ansiedade. Porto Alegre: ARTMED. Li Duan & Gang Zhu (2020). Psychological interventions for people affected by the COVID-19 epidemic. Lancet Psychiatry. February 18. DOI: https://doi.org/10.116/S2215-0366(20)30073-0 *https://site.cfp.org.br/ Moretto, Maria Lívia Tourinho (2019). Abordagem psicanalítica do sofrimento nas instituições de saúde. São Paulo: Zagodoni Editora.
CFP – Carta de Recomendações sobre Coronavírus do Conselho Federal de Psicologia

Prezadas senhoras e senhores, A PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA-CFP, no uso das atribuiçõeslegaisquelhesãooutorgadaspelaalínea“b”doArtigo6ºdaLei5.766, de 20 de dezembro de 1971; CONSIDERANDOadeclaraçãodaOrganizaçãoMundialdaSaúde-OMSsobrea pandemia mundial causada pelo COVID-19; CONSIDERANDOapriorizaçãodemedidaspreventivasparaevitarapropagação do COVID-19; CONSIDERANDO a proteção da saúde do psicólogo e da sociedade; CONSIDERANDOque o exercício profissional da Psicologia dá-se comumente mediante contato próximo; RECOMENDA aos gestores públicos, empregadores eusuários de serviços de psicólogos: 1)Asuspensãoimediatadeatividadesprofissionaisdopsicólogonamodalidade presencial emtodooterritórionacional, anãoser aquelascomprovadamente emergenciais. 2)Apossibilidadedecondiçõesadequadasdeprevençãoedeproteçãocontrao COVID-19 recomendadaspelasautoridades sanitárias, comomáscaraseálcool 70%, quando o atendimento presencial for comprovadamente emergencial. 3) A disponibilização de Tecnologias de Informação e Comunicação para o exercício profissional da Psicologia a distância. 4)Acriaçãodecomitês,gruposoucomissõesparatratardeestratégias,métodos eavaliaçõesdeserviçospsicológicosessenciais conformeocaso,bemcomoo modo de oferecê-los neste momento de calamidade pública. 5)Amanutençãocontratualesalarialdopsicólogoanteasflexibilizaçõesexigidas para este momento de calamidade pública. 6)Aconcentraçãodeserviçospsicológicosparapromover,narespectivaáreade atuação, a saúde mental da população neste momento de calamidade pública. Atenciosamente, Ana Sandra Fernandes Arcoverde Nóbrega Conselheira Presidente Conselho Federal de Psicologia BAIXAR DOCUMENTO
LABPSI-USP | SBPH – Encontros on-line “ACHAR PALAVRA” – COVID-19

O Laboratório de Pesquisas Psicanálise, Saúde e Instituição do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (LABPSI-USP), em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH), num esforço conjunto para criar um espaço de troca de experiências, reflexões e construção de saberes a respeito do enfrentamento da pandemia COVID-19, CONVIDA os profissionais psicólogos para participarem dos encontros on-line“ACHAR PALAVRA”, que ocorrerão às terças e quintasfeiras, das 20:00 às 21:00 hs, a partir do dia 31 de março de 2020, por tempo indeterminado, até quando julgarmos importante e necessário. As reuniões contarão com a presença dos profissionais inscritos, dos membros do LABPSI, da Diretoria da SBPH e de profissionais convidados. Para participar é necessário ser profissional psicólogo atuante e preencher o formulário: https://docs.google.com/forms/d/1R1yz8BmDCm_nT4lrDFFzfPlOUesWUT5qxZGLuekrqlc/edit?chromeless=1 , para receber as informações de como entrar nas reuniões. Esperamos vocês. Um abraço, Layla Raquel Silva Gomes (coordenadora do Projeto de ACHAR PALAVRA do LABPSIUSP) Maria Lívia Tourinho Moretto (coordenadora do LABPSI-USP e Presidente da SBPH)
Colocação e Retirada de EPI

Veja os vídeos abaixo com as recomendações
Previna-se contra o novo CORONAVÍRUS

Os Coronavírus são uma grande família de vírus, já em circulação no Brasil, causadores de resfriados comuns, além de outras doenças mais graves como a Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), que causaram epidemias nos anos de 2004 e 2012, respectivamente. O novo Coronavírus foi denominado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como SARS-CoV2 e a doença, por ele causada, COVID-19. Saiba Mais
Visitas Virtuais durante a pandemia do COVID – 19

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Notícias de óbito durante a pandemia do COVID – 19

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Comunicação difícil e COVID 19

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ANCP – Lidando com os impactos psicológicos frente à pandemia do corona vírus – COVID 19 – Profissionais de Saúde

Lidando com os impactos psicológicos frente à pandemia do corona vírus –COVID 19 Profissionais de saúde Comitê de Psicologia da Academia Nacional de Cuidados Paliativos CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O MATERIAL